domingo, 29 de janeiro de 2012

Ética no Dia a Dia Das Empresas

Por: Sonia Jordão

A ética está relacionada à conduta humana em sociedade. Trata-se de um conjunto de valores e regras sociais que regem o nosso comportamento, determinando se ele é aceitável ou não.

Será que você é uma pessoa ética? Pense nas situações abaixo e procure refletir sobre o seu comportamento em cada uma delas.

• Para subir no emprego, você apresenta ao chefe a ideia de outra pessoa?

Nessa situação, você está se apropriando da ideia de outrem. Imagine-se na posição daquele que tem a ideia roubada: você certamente ficaria muito indignado e não é para menos. Afinal, alguém, em quem se confiava, traiu sua confiança e receberá as glórias indevidamente.

• Você ocupa o cargo de chefia em uma empresa e usa de tal situação para obter vantagens de outras empresas ou de seus subordinados?

Cuidado! Se você tem tal atitude certamente está cometendo abuso de poder. E dependendo da forma que tenta obter vantagem, pode até ser acusado de assédio.

• Você trocou de emprego ou foi demitido e começa a falar mal da instituição e do seu chefe?

É... Enquanto você trabalhava na empresa ela atendia as suas necessidades, agora que já não faz mais parte da equipe começa a falar mal do lugar. Há um velho ditado que reflete bem essa situação: “cuspir no prato que comeu”. Procure guardar para si as opiniões negativas do antigo emprego ou chefe e procure se lembrar das coisas boas que eles lhe garantiram. Pense que se você chegar ao novo emprego falando coisas horríveis do antigo, as pessoas da nova organização desconfiarão de você, pois poderão se perguntar se você não falará mal deles também.

• Você tem o hábito de falar mentiras?

A mentira ofusca a realidade de quem você realmente é. E não pense que as pessoas nunca descobrirão suas inverdades. Dizem que mentira tem pernas curtas. O que sabemos é que, para encobrir uma mentira podemos precisar de muitas outras. E, se a mentira prejudicar alguém, mais antiético será.

• Você costuma participar de fofocas?

Muitas vezes ouvimos algo e contamos para outras pessoas. O detalhe é que, na maioria das vezes, o que falamos é diferente do que ouvimos. Se quem nos ouviu conta para mais alguém, a distorção vai aumentando. Quando o fato não é uma verdade isso pode criar um grande problema. Portanto, antes de dizer alguma coisa, é preciso ter certeza de que é verdade. Também não é bom falarmos mal das pessoas. Isso não leva a nada e certamente prejudicará alguém.

• Você assume seus erros?

Quando alguém assume que errou está se dando a chance de acertar numa próxima vez, já que, geralmente, aprendemos com nossos erros. Claro que não podemos gastar mais a borracha que o lápis, errar mais que acertar, mas podemos encarar o erro como uma oportunidade de aprendizagem. É um grande problema quando não assumimos nossos erros. Às vezes, até deixamos que outra pessoa seja repreendida indevidamente. Isso também é antiético.

• Outras atitudes antiéticas que devem ser evitadas:

o Pegar atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
o Quando viajar a serviço pela empresa, pedir nota de refeição maior do que a real.
o Levar da empresa onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.
o Comercializar os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
o Faltar ao trabalho dizendo estar doente, sem estar.
o Mentir para o cliente sobre um prazo de entrega que sabe que não pode cumprir.

Agir corretamente leva a uma carreira longa, respeitada e sólida. Ser ético pode fazer a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Entenda que agir eticamente vai muito além de não roubar ou não fraudar a organização. Nos negócios, a ética passa pelo respeito aos clientes, aos colegas e aos seus líderes. Errar é humano, mas falhas éticas destroem carreiras e organizações.

Empresas não são apenas entidades jurídicas, são formadas por pessoas e só existem por causa delas. As empresas precisam de profissionais que entendem o valor de suas atitudes e procuram se comportar adequadamente. Tenho observado que comportamento vale muito mais que desempenho na hora de ser promovido, conseguir melhores resultados ou até no momento de ser demitido. Agir eticamente é uma decisão pessoal.


Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora do livro “A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”, e dos livros de bolso “E agora, Venceslau? – Como deixar de ser um líder explosivo” e “E agora, Lívia? – Desafios da liderança”.

Portal: www.soniajordao.com.br

Terceirizando as Auditorias Internas

Por: Andreia Gonçalves

O papel das auditorias internas é a promoção da melhoria continua do sistema de gestão de uma Organização. Se fossem enxergadas sob esta ótica estas se tornariam uma poderosa ferramenta de gestão empresarial, porém a realidade é bem diferente! Poucas empresas têm conseguido tirar o proveito adequado das auditorias internas. Por que isso ocorre? Há mais de uma década estive à frente de Sistemas de Gestão e exponho aqui alguns fatores que gostaria de compartilhar com você, leitor.

1.Despreparo dos auditores: quando uma pessoa é indicada a compor o grupo de auditor, logo após o treinamento já passa atuar como tal, pois a empresa precisa realizar as auditorias, a fim de atender uma exigência da norma.

. As Organizações estão cada vez mais enxutas: As empresas estão focadas a cortarem os excessos. Isso leva-nos às seguintes situações:

•Dificuldade em disponibilizar pessoas para realizarem as auditorias internas já que durante o tempo em que esta pessoa atuará como auditor não haverá quem possa cobri-la em suas atividades rotineiras.

•Dificuldade em assegurar a imparcialidade dos auditores, uma vez que a quantidade de pessoas com o título de auditor é pequena. Auditores não podem auditar seu próprio trabalho conforme prevê a norma.

2•Perda do sentido da auditoria já que ela é conduzida sempre pelas mesmas pessoas, o que acaba gerando um sentimento, tanto pelo lado do auditor como do auditado, de incapacidade de agregar valor.



3. Familiaridade excessiva com os processos, o que fará com que o auditor se concentre apenas nas falhas que já lhe são comuns, em vez de adotar uma visão macro do sistema com o fim de contribuir para um melhor desempenho da Organização e não somente corrigir erros individuais.

4.Amostragem inadequada. Em função das atividades atribuídas por sua ocupação principal, a pessoa com o título de auditor interno terá dificuldade de cumprir a carga horária de um cronograma de auditoria elaborado adequadamente. Um cronograma de auditoria com carga horária insuficiente também será uma realidade, pois quem o elaborou levou em consideração a disponibilidade das pessoas que atuarão como auditoras.

Poderiam ser citados aqui muitos outros fatores que contribuem para que as auditorias internas não cumpram o papel para o qual elas foram criadas tornando-se apenas um evento obrigatório, com a finalidade exclusiva de ser apresentado durante as auditorias externas. Porém, o objetivo deste artigo é fazer com que as empresas realmente consigam tirar todo o proveito que uma auditoria interna deveria proporcionar.

Qual a fórmula, então, para que as auditorias internas passem a ser vistas como um evento importante a ponto de fazer com que os gestores, em vez de repudiarem-na passem a solicitá-la voluntariamente e com frequência mais adequada? Bem, isto só será uma realidade a partir do momento em que este tipo de auditoria alicerçar o trabalho dos gestores, fornecendo-lhes informações que contribuirão, não só para o aumento da qualidade, mas também da produtividade do processo que está sob sua supervisão.

Durante todos esses anos na coordenação de Sistemas de Gestão, eu fazia como a grande maioria e realizava as auditorias internas utilizando um grupo de colaboradores da própria empresa, mas a partir do momento em que optei por terceirizar este serviço, tudo mudou e eu comecei a ver o quanto as auditorias somavam nos processos. Percebi, também o quanto eu, como responsável pelo sistema de gestão sentia-me mais tranquila durante as auditorias realizadas, tanto por clientes, quanto pela certificadora contratada pela empresa onde eu trabalhava. Caro leitor, eu não estou desmerecendo o trabalho dos auditores internos, mas estou te dizendo que a grande jogada é a terceirização. Terceirize este serviço! Auditores com sólida experiência conseguem detectar erros que realmente estão inseridos no contexto do sistema e que, portanto são relevantes e merecem tratamento, além de poderem contribuir de modo mais eficaz para que a Organização utilize os resultados das auditorias na introdução de melhorias.

Quando se terceiriza uma auditoria interna, repassando-a para um profissional que além de capacitado tem vasta experiência, as chances de surpresas desagradáveis durante as auditorias da certificadora, sejam elas de certificação ou de manutenção, diminuem consideravelmente. E mais, não é preciso deixar seus auditores internos de lado. Selecione aqueles que realmente gostam do exercício de auditar (você vai descobrir que muitos não estão ali de forma voluntária) e os coloque para realizar as auditorias juntamente com o auditor terceirizado. Você só tem a ganhar!

Andreia Gonçalves, é atuante na área de gestão da qualidade desde o ano 2000. Possui formação superior em normalização e qualidade industrial pelo CEFET-MG. Desde então, vem desenvolvendo trabalhos de orientação de empresas para obtenção de certificações de Sistemas de Gestão. Andreia tem realizado tais trabalhos nos mais diversos ramos, o que contribui para um conhecimento profundo quanto a interpretação dos requisitos normativos.

O Medo é seu Aliado ou Adversário?

Por: Dalmir Sant’Anna

A premiada banda de rock Titãs, interpreta uma composição de Arnaldo Antunes e Toni Bellotto chamada "Medo". Você já ouviu essa composição? O rock pesado da música poderia servir de inspiração para pessoas acomodadas, que usam o medo como frequente pretexto para não descobrir algo novo. Observe abaixo, algumas ações para colocar em prática, a emoção de perceber, que ao superar um desafio, o temor inicial passou a ser ínfimo.

Envolver as pessoas para superar o medo - Apresentei palestra recentemente para uma importante rede de supermercados no estado de Minas Gerais. Durante o evento, o Comitê Pró-Qualidade da empresa (CPQ) lançou uma interessante campanha. Cada loja da rede deveria gravar um vídeo, de maneira criativa, descrevendo algo interessante que aconteceu durante o ano. Os três melhores vídeos foram apresentados antes da minha palestra e eu, fiquei impressionado com o desempenho das pessoas, que no passado relataram possuir aversão de falar em público. Foi emocionante sentir a contribuição da empresa, em envolver seus funcionários para superar o medo, conquistando com essa ação, além do compromisso de reter talentos, melhor desenvoltura do clima organizacional e de trabalho em equipe. A empresa onde você trabalha, faz algo para superar os medos de seus funcionários? Você aceitaria participar de uma campanha como essa?

Superar a ansiedade de algo que há de acontecer - A etimologia da palavra medo, deriva do latim "metus". Significa inquietação, temor e ansiedade. No ambiente educacional, há acadêmicos que no momento de apresentar uma monografia ou trabalho de conclusão de curso, liberam um efeito paralisante capaz de gerar a perda de suas próprias referências pessoais. No ambiente comercial, há profissionais de vendas não sendo capazes de visitar um cliente de maior porte, provocando a ansiedade do medo de receber um "não". A composição da banda Titãs diz: "precisa perder o medo da música, o que se vê não se via. O que se crê não se cria". Pense em quantas possibilidades a felicidade pode estar presente, se você aceitar dar o primeiro passo. Mostre intrinsecamente sua capacidade de levantar a cabeça e sentir o gostinho encantador de uma vitória. Que tal oferecer, a partir de hoje, essa oportunidade de descobrir algo novo? Vamos tentar?

O pavor na fila do trem fantasma é gerado pela ansiedade do medo. Você imaginaria um general militar, diante de sua tropa dizendo: "Será que vamos vencer nosso inimigo?". O medo, para algumas pessoas é um aliado, no sentido de fortalecer suas reações de justificativas, mas para outras, é um adversário a ser superado. Se um time entrar em campo, para disputar a partida final de um campeonato com incertezas, terá grandes chances de ser derrotado, pois a insegurança e a ausência de confiabilidade serão maiores que o adversário. O medo para você é um aliado ou um adversário?


Dalmir Sant’Anna – Palestrante comportamental, mestrando em Administração de Empresas, autor dos livros "Oportunidades"; "Menos pode ser Mais" e do DVD com o tema "Comprometimento como fator de Diferenciação". Visite o site: www.dalmir.com.br

Você Possui Planejamento em sua Vida?

Por: Dalmir Sant’Anna

"Não há bons ventos para uma nau que não sabe para onde ir". A frase de Sêneca é um importante princípio, a ser aplicado para construir um planejamento e definir pontuais objetivos. Interessante é perceber que algumas pessoas demonstram incertezas de onde desejam chegar. Você caminha na direção certa de sua meta? Quando de maneira sucessiva a resposta é "não sei", além de demonstrar falta de propósito, mostra também insegurança. Observe abaixo como tornar seu planejamento mais eficaz e doravante, com resultados mais visíveis.

Meta é onde eu preciso chegar – Fui convidado para apresentar palestra, para um grupo de executivos, contribuindo na estruturação de diretrizes para o planejamento estratégico. Durante minha apresentação, realizei reflexões sobre a otimização do tempo e a construção dos objetivos. Mostrei de maneira envolvente que, meta não é mais onde quero chegar, mas onde eu preciso chegar. Nesse sentido, é essencial confiar mais no seu potencial, nas competências individuais e na vontade de superar desafios. A primeira pessoa, a acreditar nas suas habilidades, precisa ser você! Defina onde quer chegar e sinta o gostinho mágico da vitória.

Escreva, desenhe ou fotografe suas metas – Como disse George Howell, "pessoas que falham em planejar estão planejando falhar". Permanecer atento e perceber as mudanças que acontecem no mercado são fatores essenciais de um planejamento, pois ajudam a antecipar novas tendências, prever cenários e observar possíveis riscos de desempenho. Não deixe suas metas apenas na mente, mas visualize-as escrevendo, desenhando ou fotografando. Dessa maneira, estimula seu desejo de realização e eleva o grau de comprometimento. Ao identificar sua meta, uma força intrínseca contribuirá para transformar desafios em oportunidades, principalmente pela definição de um ponto de chegada. Vamos tentar colocar em prática?

Planejamento é uma ferramenta para atingir novos patamares de desenvolvimento pessoal e ascensão de sua carreira profissional, exigindo a compreensão de que, determinação é o caminho para conquistar êxito em suas metas. Persistência é o veículo no qual se chega a um objetivo. Autoestima é o combustível desse veículo para seguir ao resultado almejado. Jamais esqueça que uma meta sem direção, pode ser representada, como a flecha de um arqueiro, disparada sem um alvo específico. Agora responda: Há quanto tempo não faz a revisão de seus planos? Como está a direção da sua vida para alcançar sua meta?


Dalmir Sant’Anna – Palestrante comportamental, mestrando em Administração de Empresas, autor dos livros "Oportunidades"; "Menos pode ser Mais" e do DVD com o tema "Comprometimento como fator de Diferenciação". Visite o site: www.dalmir.com.br

Um Mundo Doente

Por: Tom Coelho

"A educação é um processo social, é desenvolvimento.

Não é a preparação para a vida, é a própria vida."
(John Dewey)

Crise na Europa e nos Estados Unidos, queda de governos árabes, discussões sobre o aquecimento global. As doenças que acometem o mundo não são de ordem econômica, política ou ambiental. Nossas mazelas são de caráter social. A sociedade está enferma.

As pessoas estão fisicamente doentes. Caminhe por uma praia e observe a condição dos banhistas para constatar a falta de cuidados com o próprio corpo, fruto de vida sedentária, alimentação desregrada, ausência de atividade física. Não é à toa que obesidade, hipertensão arterial e doenças coronarianas crescem vertiginosamente.

As pessoas estão mentalmente doentes. Ansiedade, angústia, transtornos de humor. Como prova do que digo, observe a proliferação de drogarias por todo o país. E mais do que o número de novos estabelecimentos, a freqüência maciça de consumidores. Não importam dia e horário, invariavelmente você encontrará filas nos caixas. Gente comprando de medicamentos para as dores do corpo, a ansiolíticos e antidepressivos.

As relações sociais estão doentes. Temos cada vez mais amigos virtuais, mas continuamos sem conhecer o vizinho que reside há anos na porta ao lado.
Familiares não comungam de uma mesma refeição, pais e filhos pouco conversam, casais de amigos em um encontro pessoal trocam a autenticidade de um diálogo pela efemeridade de tuitadas em seus smartphones.

As empresas estão doentes. Mesmo quando lucrativas, sofrem com crises de liderança, dificuldades para engajar seus funcionários e reter talentos, dilemas morais para alinhar discursos institucionais às práticas corporativas.

Valores e virtudes estão doentes. Intolerância, egoísmo e cupidez suplantam condescendência, generosidade e gentileza. Prevalece a ética do interesse pessoal em detrimento do coletivo.

No dia seguinte ao réveillon, na praia, no campo ou nas ruas das cidades, o cenário era de guerra. Lixo por todos os lados. Garrafas despedaçadas, deixando cacos de vidros infiltrados na mesma areia onde crianças inocentemente iriam brincar ao raiar do dia.

Nossos problemas não são conjunturais, mas estruturais. E a solução passa por reflexão, educação e cultura.

* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de "Somos Maus Amantes - Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento" (Flor de Liz, 2011), "Sete Vidas - Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional" (Saraiva, 2008) e coautor de outros cinco livros. Contatos através do e-mail
tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite:
www.tomcoelho.com.br.

Associativismo de Resultados

Por: Tom Coelho

"Nosso caráter é resultado de nossa conduta."
(Aristóteles)

Desde 1996 atuo voluntariamente em associações e entidades. Quer saber a
verdade? Comecei nisso por mero interesse pessoal.

Eu era fabricante de brinquedos metálicos para playground, entre outros itens. Um dia, decidi certificar meus produtos com o objetivo precípuo de ter um diferencial competitivo em relação à concorrência. O raciocínio era simples: se meu produto tivesse um selo de qualidade eu certamente poderia atuar no mercado com um preço premium, o que me garantiria maior rentabilidade.

Porém, para chegar lá, era necessário criar as normas que regulamentariam o mercado. Procurei o Inmetro que instituiu uma comissão de estudos formada por diversos fabricantes, laboratórios técnicos de certificação e órgãos de defesa do consumidor.

As primeiras reuniões foram terríveis, com um corporativismo latente.
Fabricantes de brinquedos de madeira insinuavam que os metálicos eram perigosos porque esquentavam sob o sol e poderiam provocar queimaduras nas crianças. Os fabricantes de produtos em aço, por sua vez, argumentavam que os brinquedos de madeira soltavam farpas que também eram ofensivas. Enquanto isso, os importadores de brinquedos de plástico injetado assistiam a tudo de camarote. Detalhe, nos anos de 1990 ainda não se falava em preocupações de cunho ambiental.

O fato é que após alguns encontros, com intensas discussões e constantes estudos das normas em vigor nos Estados Unidos e na Europa, subitamente um senso de civismo (e civilidade) tomou conta de todos os atores daquela comissão. A norma que estávamos elaborando era especificamente voltada não à qualidade, mas à segurança dos produtos fabricados e comercializados. Foi quando adotamos um princípio básico: o brinquedo pode ser até de cristal, desde que não comprometa a integridade dos usuários - as crianças.

Assim nasceu a NBR-14350/1999 (segurança de brinquedos de playground). Como secretário-geral daquela comissão que se reuniu mensalmente ao longo de dois anos, tenho hoje a alegria de saber que deixei um legado, mesmo não atuando mais naquele segmento empresarial. Foi quando aprendi o propósito e a força do associativismo.

Desde então, participei de várias iniciativas como a salvaguarda contra brinquedos importados da China, a supressão da CPMF e, mais recentemente, o Feirão do Imposto, promovendo a conscientização da população com relação à carga tributária embutida no preço dos produtos.

Toda esta experiência permitiu-me chegar a algumas conclusões:

1. Você é voluntário até começar a participar. Integrar uma associação ou entidade é uma decisão pessoal. Contudo, uma vez assumido o compromisso, você se torna responsável pelo cumprimento de um planejamento estratégico previamente formulado e pela defesa dos propósitos que norteiam a missão da organização. Esta é uma mensagem àqueles que atuam diretamente na gestão.

2. Participar não se resume a pagar mensalidades. A contribuição mensal é o bem menor que você pode legar. É limitado e superficial acreditar que basta depositar alguns reais por mês em favor da entidade e exigir que os outros lutem por seus interesses. Você precisa participar ativamente de reuniões, debates e eventos. Esta é uma mensagem aos associados.

3. O interesse coletivo se sobrepõe ao individual. O nome do jogo não é vencer, mas convencer. Isso significa ter flexibilidade e nenhum compromisso com o erro. Em alguns momentos seu argumento é mais fraco e você perde. Mas a derrota de hoje pode ser a vitória de amanhã.

4. O inimigo deve ser eleito com critério. O adversário deve ser nomeado coletivamente. Com rapidez você descobre que ele não é o concorrente na sala ao lado, mas sim a estrutura tributária paranoica, os entraves à competitividade, a economia informal, o produto importado com câmbio favorável e qualidade questionável.

5. As batalhas devem ser escolhidas com sabedoria. A questão não é debater demandas específicas, de caráter conjuntural, mas sim buscar a regulamentação de um setor ou mudanças estruturais. É trocar o benefício de curto prazo, transitório, por avanços de longo prazo, duradouros, capazes de promover a geração de emprego e renda.

Muitas vezes temos o mau hábito de criticar sem oferecer alternativas, praguejar sem dialogar, julgar sem refletir. E, assim, terceirizamos a culpa como indulgência pessoal à nossa própria negligência.

* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de "Somos Maus Amantes - Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento" (Flor de Liz, 2011), "Sete Vidas - Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional" (Saraiva, 2008) e coautor de outros cinco livros. Contatos através do e-mail
tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite:
www.tomcoelho.com.br e
www.setevidas.com.br.

12 maneiras de aproveitar os Jogos Olímpicos sem gastar muito

Por: visitbritain

Hoje faltam exatamente seis meses para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. O entusiasmo aumenta a cada dia e os atletas treinam com afinco. Portanto, se você também está se preparando para visitar a Grã-Bretanha no verão europeu deste ano, seguem algumas sugestões para se divertir durante os eventos espetaculares e entrar no clima sem gastar uma fortuna:

Eventos gratuitos

1.) Provas Olímpicas e Paraolímpicas de Ciclismo de Estrada
28 de julho – 1º de agosto de 2012
Há muitas maneiras de desfrutar dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres em 2012 sem precisar de ingressos. Alguns dos eventos mais emblemáticos poderão ser vistos de pontos estratégicos sem nenhum custo. As provas masculinas e femininas de ciclismo de estrada vão começar em The Mall, famosa avenida que serve de cenário para cerimônias formais e grandes eventos esportivos ao longo do ano. Saindo de The Mall, os ciclistas vão seguir em direção ao sudoeste de Londres, atravessar o famoso rio Tâmisa na Putney Bridge e continuar pelo Richmond Park, depois de passar pelo Hampton Court Palace. Antes do retorno dos ciclistas para um final emocionante em The Mall, eles seguirão para Surrey e viajarão para o norte, passando por Leatherhead, Esher e Kingston.
(www.london2012.com/cycling-road)

2.) Maratonas Olímpicas
5 e 12 de julho de 2012
As maratonas dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos vão começar e terminar em The Mall, local icônico no centro de Londres, que ficou ainda mais famoso recentemente por fazer parte do itinerário de casamento do Príncipe William e Catherine Middleton, Duque e Duquesa de Cambridge. Cada prova terá a participação de cerca de 80 atletas, garantindo um espetáculo emocionante que vale a pena assistir de perto.
(www.london2012.com/athletics)

3.) Vela Olímpica
29 de julho – 11 de agosto de 2012
As águas profundas de tonalidade azul-safira de Weymouth Bay e Portland Harbour vão abrigar 10 eventos de vela ao longo de 14 dias dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres em 2012. Estes eventos gratuitos vão proporcionar muita emoção aos fãs que poderão observar as equipes no mar belíssimo – mas que exige habilidade – da costa sul da Inglaterra.
(www.london2012.com/sailing)

4.) Marcha Atlética Olímpica
4 e 11 de agosto de 2012
Conhecida por seu estilo majestoso, a marcha atlética pode ser apreciada pelo público em geral, já que o início e término ocorrem em The Mall, no St James’s Park. Ao longo do circuito de 2 quilômetros da prova, os visitantes podem apreciar a área do Palácio de Buckingham, residência oficial da Rainha, e os monumentos de Commonwealth Memorial Gates.
(www.royalparks.org.uk/London2012.cfm)

5.) Locais com transmissão ao vivo dos Jogos Olímpicos
Haverá telões com transmissão ao vivo dos eventos olímpicos em pelo menos 20 locais do Reino Unido, onde os visitantes vão desfrutar de lugares privilegiados para assistir seus esportes favoritos. As telas apresentarão uma grande variedade de atrações com conteúdo local e de todo o Reino Unido.
(www.london2012.com/get-involved/live-sites/index.php)

Atrações a preços acessíveis

6.) Museum of London Docklands
Ocupando um armazém georgiano nas margens do cais West India, na região leste de Londres (onde foi construído o Parque Olímpico), o Museum of London Docklands é um ótimo local para levar as crianças – e a entrada é gratuita. Os visitantes podem explorar 12 galerias de variados artefatos, pinturas, gravuras e fotografias que mapeiam a história da região, desde o tempo dos romanos até os dias atuais.
(www.museumoflondon.org.uk/docklands)

7.) Mudchute Farm and Park
Os arranha-céus de Canary Wharf, em East London, têm vista para a maior fazenda urbana da Europa. Nos mais de 13 hectares de parque público, no coração da Isle of Dogs, os visitantes podem apreciar a zona rural britânica a poucos quilômetros do centro de Londres. A fazenda e o parque Mudchute oferecem aos visitantes a chance de andar a cavalo e ver de perto ovelhas, porcos, patos, gansos e lhamas. Piqueniques são permitidos e a entrada é gratuita.
(http://mudchute.org)

8.) London Pass
O London Pass é uma ótima forma de aproveitar as atrações de Londres. Os turistas que compram o passe na loja on-line do VisitBritain antes da viagem economizam em comparação ao preço dos ingressos no local. O passe permite aos visitantes a entrada gratuita em mais de 50 atrações de Londres, gerando uma economia de até 500 libras em ingressos. Entre as atrações estão o Castelo de Windsor, Hampton Court Palace, Zoológico de Londres, Catedral de St Paul’s, Estádio de Wembley e o Museu do Tênis de Wimbledon.
(http://www.visitbritainshop.com/brasil/home.html)

Acomodações econômicas

9.) Há acomodação de categoria três-estrelas disponível durante os Jogos Olímpicos no St Giles Hotel, no coração de West End/Bloomsbury, com diárias de 199 libras, incluindo café de manhã e taxas para até duas pessoas por apartamento. Outra opção é o Citadines Barbican, que oferece apartamentos com diárias a partir de 150 libras sem café da manhã.
http://www.stgiles.com/
http://www.citadines.com/uk/london/barbican.html

10.) Hotel citizenM, Glasgow, Escócia
Recém-inaugurado em 2010, o citizenM é um hotel luxuoso com preço acessível no centro da cidade de Glasgow, ideal para turistas que não querem gastar muito. Este hotel com tecnologia de ponta permite que os hóspedes façam seu próprio check-in em terminais touch screen e possui um ponto de vendas de alimentos e bebidas, o canteenM, que fica aberto 24 horas, sete dias por semana. Os quartos são equipados com um sistema de luz e som que pode ser controlado com o toque de um botão.
(www.citizenmglasgow.com)

11.) Alojamento nas faculdades de Cambridge, Inglaterra
Cambridge, a cidade que combina com todas as estações do ano, pode ser pequena, mas tem muito a oferecer e conta com acomodações a preços convidativos. A viagem de trem a partir de Londres requer apenas 45 minutos. Siga os passos de graduados ilustres como Newton e Darwin e hospede-se em um quarto nas diversas faculdades de Cambridge. Dormir em um alojamento na histórica Universidade de Cambridge durante os Jogos de Londres em 2012 é uma oportunidade única!
(http://www.cambridgerooms.co.uk/

12.) Acampamento
Há vários acampamentos sendo criados em Londres e nos arredores especialmente para o período dos Jogos Olímpicos. O Camp In London é um exemplo que está situado em uma agradável área verde de 19 hectares em Walthamstow. A zona leste de Londres está se transformando em uma das maiores áreas de acampamento da cidade. Fica a apenas 6,5 quilômetros do centro e requer uma viagem de menos de 10 minutos a bordo dos ônibus especiais gratuitos que saem do Parque Olímpico. O acampamento oferece excelentes instalações e até programou seu próprio festival internacional durante o período dos Jogos Olímpicos. Você pode ficar em uma barraca pré-fabricada por apenas 40 libras por noite (preço por pessoa), ou armar sua própria barraca pagando apenas 15 libras por noite.
(http://www.campinlondon.com/)

Para descobrir outras excelentes formas de vivenciar a magia dos Jogos Olímpicos sem gastar muito, acesse www.visitbritain.com

Dois Universos à Nossa Espera

Por: Floriano Serra


É uma pena que o Homem não observe e não escute devidamente as lições da Natureza. Está perdendo excelentes oportunidades de aprender com ela para evoluir e melhorar sua qualidade de vida.

Já há tempos devíamos ter percebido que a solução de muitos problemas que afligem a saúde do ser humano está cada vez mais próxima dele e mais distante das fórmulas químicas. Os resultados com as pesquisas com as células-tronco estão aí para demonstrar isso. Agora vem da Suécia mais um exemplo, conforme notícia publicada no conceituado British Medical Journal (http://www.bmj.com/content/343/bmj.d7157)
Segundo estatísticas pediátricas, na primeira infância uma de cada quatro crianças apresenta alguma forma de anemia devido à falta de ferro, o que pode comprometer o desenvolvimento neurológico delas.

Pois na Suécia, um grupo de médicos acaba de descobrir que esse problema pode ser evitado de forma muito simples: basta cortar o cordão umbilical três minutos mais tarde. Nos dias de hoje e já há muito tempo, diante da pressa com que esse corte é feito (cerca de 10 segundo após o nascimento), o recém-nascido deixa de receber uma quantidade de sangue equivalente a uma xícara de leite, cerca de 100 mililitros. Uma das hipóteses para aquele grande número de anemia é justamente a falta desse suprimento extra de sangue vindo da placenta pelo cordão umbilical para o bebê.

A questão é: quem foi que disse que o cordão umbilical deve ser cortado imediatamente após o nascimento da criança, mesmo nos partos normais? Ninguém sabe, ninguém viu.
Como boa Mãe, a Natureza ensina coisas excelentes, mas pune quando necessário. A falta de respeito e a violência que o Homem tem praticado contra ela, está sendo vista e sentida em todos os cantos do mundo. São reações duras e implacáveis de quem está sendo irresponsavelmente agredida. Certamente não se trata de troco nem de revanchismo, mas da lei de Causa e Efeito em ação. O que nos remete ao fato de que o ser humano precisa se reconciliar com a Natureza.

Outra coisa: não há dúvida de que são importantes para a raça humana as pesquisas que vêm sendo feita para esclarecer os muitos mistérios do Universo. Mas, além de redescobrir a Natureza, o Homem precisa lembrar que há um outro Universo dentro dele que também precisa ser pesquisado e descoberto. Isto é muito fácil de se fazer, inclusive sem custos: basta atentar para o Universo do Espírito, ao alcance de qualquer pessoa, porque está dentro dela.

Portanto, conhecer o Espírito e a Natureza são dois passos básicos e indispensáveis a serem dados por quem queira ver este mundo melhor, mais saudável, harmonioso e sustentável, tornando-se um legado digno e seguro para nossos descendentes.


Floriano Serra é psicólogo e palestrante, autor de vários livros e inúmeros artigos sobre o comportamento humano. É diretor da SOMMA4 Consultoria em Gestão de Pessoas. E-mail: florianoserra@somma4.com.br

As Leis (ora, as Leis...) e a Contratação de Pessoal

Por: Floriano Serra *

Ultimamente, alguns jornais de grande circulação, principalmente aqueles que mantêm encartes e cadernos com ofertas de empregos, vêm publicando notas dirigidas às empresas anunciantes alertando que “não é permitido anúncio de emprego no qual haja referência ao sexo, à idade, à cor ou situação familiar”. Detalhe: isso está na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde maio de 1999 (art.373-A, incluído pela Lei 9.799).

Outras notas lembram ao anunciante que “o empregador não poderá exigir do (a) candidato (a) a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses”. Essa é de março de 2008 (Lei 11.644) e desde lá – e mesmo muito antes – candidatos (sobretudo os jovens) vêm sendo recusados para o preenchimento de vagas justamente sob a alegação de não terem experiência...

A primeira coisa que se pode questionar é: por que, depois de tantos anos de criadas, só agora essas normas estão sendo lembradas aos empregadores?

A segunda questão, mais grave, é: e quando isso vai começar a ser levado a sério e finalmente cumprido?

É fartamente conhecido o fato de que, de um modo geral, o mercado de trabalho tem fechado as portas para profissionais com mais de 40 ou 50 anos de idade – ou até menos. Mulheres em geral enfrentam dificuldades de contratação ou promoção, sobretudo quando há “risco de gravidez” (!...). Muitos gestores ainda torcem o nariz quando a colaboradora, toda feliz, anuncia que vai casar – o que curiosamente não ocorre quando o colega é do sexo masculino. Aliás, tem sido comum em muitas empresas a demissão de funcionárias que retornam da licença-maternidade.

Nessas organizações os homens também têm lá seus percalços: são demitidos ou são excluídos das linhas sucessórias ou dos planos de carreira quando completam determinada idade, a partir da qual – conforme a cultura da organização - passam a ser considerados “velhos”. A Lei de 1999 define que é vedado à empresa recusar promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão da idade. Em outras palavras, não se pode considerar a idade como variável determinante para fins de remuneração e oportunidades de ascensão profissional.

Não é nova a afirmação de que o Brasil já tem Leis suficientes para tocar a vida em frente. O que falta é uma Lei que faça com que elas sejam cumpridas. Mesmo que os anúncios sejam doravante redigidos e publicados como manda o figurino, ninguém é ingênuo a ponto de acreditar que, na prática aquelas restrições absurdas deixarão de existir. E onde ou a quem o(a) candidato(a) poderá reclamar seus direitos?

Nos tempos atuais em que se fala tanto de ética, qualidade de vida, diversidade, espiritualidade no trabalho, combate à discriminação e ao preconceito, é chegado o momento das lideranças das empresas que praticam discriminação reverem seus paradigmas, crenças e valores e adotarem normas e procedimentos mais condizentes com a proposta universal de tornarmos nosso mundo melhor.

O ambiente de trabalho é uma parte muito importante desse mundo – até por ser o local onde os profissionais passam mais de um terço do seu dia e, no decorrer dos anos, mais de um terço de suas vidas. Isso dá uma pequena idéia do quanto as empresas podem buscar outra espécie de lucro e, através dele, contribuir para que todos encontrem a chamada felicidade.

Floriano Serra é psicólogo, palestrante e docente de seminários comportamentais, autor de vários livros e inúmeros artigos sobre o comportamento humano. É diretor da SOMMA4 Consultoria em Gestão de Pessoas
E-mail: florianoserra@somma4.com.br