segunda-feira, 30 de maio de 2011

VENCER OU PERDER: O desafio de valorizar o trabalho em equipe

Por: Dalmir Sant'Anna

Já fazia algum tempo, que eu não assistia a um jogo de futebol ao vivo. Chegando ao estádio, a agitação da torcida, os gritos e aplausos transmitiam intensas emoções. Sentado na arquibancada, antes de iniciar o jogo, por alguns momentos imaginei a relação existente entre um time de futebol e o ambiente corporativo. Perceba nos itens abaixo, algumas considerações para contribuir com o clima organizacional e valorizar o trabalho em equipe.

A entrada dos atletas no campo - Muita comemoração na entrada dos jogadores ao campo, com faixas, papel picado, aplausos, buzina e festa. Pare durante alguns segundos para refletir, como seus funcionários são recebidos na segunda-feira. O que você está fazendo para inspirar e motivar um novo integrante da equipe? O que você faz para comemorar o aniversário de um funcionário? Com base na minha experiência na área comportamental, convido você a fazer um teste que consiste em preparar uma recepção para quem está voltando de férias. Transforme o retorno ao trabalho em algo gratificante e estimulante. Vamos tentar?

O momento do gol - Realmente é algo indescritível sentir a torcida no estádio levantar eufórica ao comemorar um gol. O atleta pula e grita com a torcida, celebrando sua competência. Um sinal de vitória que na vivência operacional, muitas vezes é esquecida. Um vendedor conquista uma meta e o gerente diz: "Não fez mais que a obrigação". Mas qual era a obrigação da gerência? Quantas vezes você reuniu a equipe para comemorar uma vitória? Lembre que a ausência de reconhecimento pode ser capaz de gerar desmotivação e a falta de comprometimento.

Ataque e defesa permanente - Quando sua equipe conquista um triunfo, você também é uma pessoa vitoriosa. O individualismo cede espaço ao trabalho coletivo. De que adianta contar com uma equipe de vendas excelentes, se o setor de logística apresenta resultados insatisfatórios? Em uma escola não adianta dispor de excelentes professores, se na secretaria o aluno recebe um péssimo atendimento. O ataque é importante para marcar gol, mas deve existir uma defesa permanente para coibir a derrota.

Nenhuma torcida vai ao estádio para assistir o time perder. Próximo ou distante, há alguém torcendo para você conquistar o melhor posicionamento, receber o passe, dominar a bola e marcar o gol da vitória. Transformar o suor em troféu não é uma tarefa fácil. Muitas pessoas pensam que é somente jogar e, esquecem a relevância do treinamento. Ao término do jogo, os atletas precisam rever seus pontos negativos e aprimorar os pontos positivos. Isso somente é possível com treinamento, diálogo e troca de experiências. Quando apresento palestra para empresários, gosto de enfatizar que "vencer não é sorte. Vencer é se comprometer com o sucesso que você quer alcançar". Qual é o resultado que você deseja para você e sua equipe?


Dalmir Sant'Anna - Palestrante comportamental, Mestrando em Administração de Empresas, Pós-graduado em Gestão de Pessoas, Bacharel em Comunicação Social e Mágico profissional. Autor dos livros "Menos pode ser Mais", "Oportunidades" e do DVD com o tema "Comprometimento como fator de Diferenciação". Visite o site: www.dalmir.com.br

Há Tiê-sangue na sua empresa?

Por: Floriano Serra*

Há poucos dias, li um artigo que falava de um pássaro chamado “tiê-sangue”, (também conhecido como “tiê-fogo” ou “sangue-de-boi”) encontrado em áreas desmatadas e restingas, da Paraíba até Santa Catarina, principalmente no litoral. O vermelho-vivo é a cor dominante de sua linda plumagem – daí o nome. Por sua beleza, é muito perseguido pelos criadores. Acontece que, quando em cativeiro, o tié-sangue perde sua beleza, suas cores se desbotam – o vermelho se torna alaranjado - e é comum que em pouco tempo morra de estresse. Ou seja, ele só brilha se em liberdade.
Numa época em que se fala tanto em “bullying” e “burnout”, não resisti à tentação de fazer uma analogia entre as características daquele pássaro e o clima interno de algumas empresas.

Através de e-mails que recebo e de depoimentos que ouço durante minhas palestras, fico sabendo que, a pretexto de manter a disciplina e a autoridade, alguns gestores, com ou sem conhecimento da sua organização, continuam distorcendo o uso do chamado “poder”, transformando o local de trabalho em verdadeiros cativeiros emocionais para os funcionários, tirando o brilho deles e, pior, gerando situações de constrangimento e de estresse.

Ter liberdade de expressão, de movimentação e de relacionamento é um direito de qualquer pessoa que viva numa democracia e, no caso das empresas, é um direito de todo profissional, desde que essas manifestações não comprometam seu desempenho.
Conforme reconhecimento do mundo inteiro, o brasileiro é naturalmente alegre, criativo, comunicativo e afetuoso, em qualquer contexto. E é essa energia, essa motivação pela vida, pela expressividade e pelo envolvimento com as pessoas, que o torna tão positivamente diferenciado.

Proibir ao profissional a livre manifestação dessas características equivale a tirar sua liberdade, sua iniciativa e, por fim, seu tônus vital – como ocorre com o tiê-sangue engaiolado. Principalmente se essa proibição vem acompanhada com a ameaça – explícita ou velada – de demissão sumária.

Já foi suficientemente afirmado e comprovado que não é a liberdade de ação e expressão de uma equipe que põem em risco a estabilidade e a eficiência de qualquer liderança. Pelo contrário, não há como obter a lealdade, o entusiasmo, o esforço e o comprometimento dos colaboradores – o que se reflete imediatamente na produtividade e na qualidade dos produtos e serviços – sem que se dê aos mesmos condições dignas e éticas de vida e de trabalho.

O trabalho não precisa ser necessariamente um peso, um sacrifício, ao qual se vai todo dia com medo, tristeza ou raiva. Ele pode ser uma fonte de satisfação e de realização, desde que os profissionais não se sintam em cativeiros simbólicos, sob contínuos constrangimentos, excessiva pressão ou permanente risco de punições.
Se puderem ser livres, ter sua auto-estima preservada e se mostrar como de fato são, sem a obrigação de reprimir sua espontaneidade para agradar gestores, eles revelarão toda sua capacidade produtiva e todos os seus talentos – da mesma forma que faz o tiê-sangue quando em liberdade.

Floriano Serra é psicólogo, palestrante e docente de seminários comportamentais. É diretor-executivo da SOMMA4 Gestão de Pessoas, autor de vários livros e inúmeros artigos sobre o comportamento humano no trabalho. Ex-diretor de RH de empresas nacionais e multinacionais.

Você está abrindo ou fechando as portas da sua empresa?

Por: Alessandra Assad*

Portas Fechadas. “Atenção senhores passageiros, pedimos a gentileza de desligarem seus celulares e equipamentos eletrônicos porque nossas portas já foram fechadas, e dentro de instantes estaremos decolando”. O script, comum na aviação, é um exemplo de comunicação para estudo de caso.

O domingo estava ensolarado e eu voltava para casa depois de uma semana produtiva em São Paulo. Enquanto a aeronave taxiava na pista de Congonhas, a tripulação se fazia valer da comunicação corriqueira. De repente, o avião fez meia-volta para o pátio de onde tinha saído.

Ficou parado por alguns instantes, e em seguida abriu a porta dianteira. Mas o que houve? Por que não decolamos? Estamos com problemas? O avião estragou? Corremos algum risco? Temos que descer?

Todas essas perguntas seriam desnecessárias se alguém da tripulação tivesse conversado
com os passageiros enquanto o avião voltava para o pátio. Explicar o que está acontecendo parece uma coisa tão óbvia que ninguém pensa em fazê-lo. A tensão já era palpável no ambiente: passageiros agitados, crianças chorando, um calor insuportável. E ninguém da companhia aérea pronunciava uma só palavra. Depois de quase 10 minutos com a porta aberta, finalmente o comandante tomou a palavra e explicou que a aeronave apresentava problemas no ar condicionado. Algo simples, aparentemente, e poderia ter sido comunicado antes. Minha pergunta é: por que fazer a retenção da informação? Por que, nesta hora, as aeromoças fecham a cortininha e ficam escondidas para não vermos o que estão fazendo? Que tipo de transparência corporativa existe quando o cliente está na nossa frente querendo cooperar e entender uma situação, e nós simplesmente fugimos, ou temos medo de anunciar que algo saiu errado? O desgaste foi tão grande, que água e bala não serviram para nada.

Todos precisaram desembarcar e mais tarde trocamos de aeronave.

Coincidência ou não, uma semana antes o ar condicionado do avião de uma outra companhia em que eu voava teve o mesmo problema, mas o cenário foi completamente diferente. Antes de fazer meia-volta com a aeronave, o comandante assumiu o controle e falou com as suas próprias palavras: “Eu sei que todos devem estar morrendo de calor, e acabamos de detectar que o ar condicionado desta aeronave sofreu uma pane. Mas este não chega a ser um problema. Vamos retornar ao pátio para a segurança e conforto de todos, e posso assegurar que em poucos minutos teremos uma solução. Quero pedir desculpas pelo atraso e pelo desconforto que isso está causando”. Sabe o que aconteceu em seguida? Absolutamente nada. Ninguém ficou nervoso, as crianças não choraram, e não precisou nem distribuir bala para tirar a atenção dos clientes. Todos ali sabiam exatamente o que estava acontecendo e ninguém ficou preocupado ou temeroso, pelo contrário. Cinco minutos depois, o comandante chamou a atenção novamente, para dizer que em 10 minutos estaria tudo consertado. Mais cinco muitos, as portas se fecharam e pronto. Seguimos viagem com segurança e sabendo que se algo acontecesse, o comandante nos falaria imediatamente.

Aqui temos o mesmo problema e duas atitudes diferentes, dois resultados completamente diferentes. Não adianta uma empresa ter um script e treinar as pessoas apenas para segui-los. Se quisermos de fato ter uma gestão efetiva e eficaz precisamos construir confiança, e confiança só se constrói com uma comunicação adequada e transparência corporativa.

Pergunto aos líderes: será que a sua equipe tem certeza que você não faz retenção de
informação? Pergunto aos administradores: será mesmo que você já perguntou ao seu cliente o que o faz confiar em você, e ao seu ex-cliente por que ele não confia mais em você?

Precisamos ensinar e incentivar nossos funcionários a saberem pensar com clareza e falar de maneira assertiva em situações fora do script, porque é isso que vai construir valor corporativo: valor de capital intelectual, valor de fidelização de clientes, e valor de lucratividade. É fato que a comunicação dos funcionários é reflexo do DNA de cada empresa, e depois não adianta reclamar que o mercado fechou as portas para você, se tudo o que você fez foi fechar a cortininha e ficar escondido lá atrás.

Estamos num momento em que precisamos mostrar a cara e pedir ajuda, caso seja necessário.

Todos nós erramos, e nem sempre as coisas saem como planejamos em função de muitas variáveis. Mas para tudo existe um jeito de falar a verdade, porque só uma verdade palpável é capaz de abrir de fato as portas do mercado. Comunique-se. Mas faça isso olhando nos olhos.

Porque esse pode ser o grande diferencial competitivo: para você, para sua empresa, e para o seu sucesso.

*Alessandra Assad é diretora da AssimAssad Desenvolvimento Humano. Formada em
Jornalismo, pós-graduada em Comunicação Audiovisual e MBA em Direção Estratégica, é professora nos MBAs da FGV Management, colunista de vários meios de comunicação e palestrante. É autora do livro Atreva-se a Mudar! – Como praticar a melhor gestão de pessoas e processos.
E-mail: alessandra@alessandraassad.com.br
Site: www.alessandraassad.com.br

Preparação para empreender!

Por: Sérgio Dal Sasso

O melhor da vida é poder dormir quando o sono vem, garantindo que as entradas de sonhos bons possam estimular as possibilidades e interesses da própria evolução. Na contra partida para se conquistar um sentimento de paz e felicidade devemos enfrentar o mundo da forma como ele realmente se apresenta pensando sempre que as oportunidades existem, mas que se formam diante das dificuldades que os outros encontram para resolvê-las.

Carreiras, sucesso e negócios são apetites necessários aos que pretendem usufruir plenamente ao que a vida e suas 24 horas diárias possam ofertar para adições de desejos e realizações. Talvez a única coisa comum entre os seres humanos é carga horária disponível a todos. Dos que a sabem usar escuta-se que o dia está curto ou que está passando muito rápido, dos outros um desejo de que o tempo passe rápido diante da vontade de fuga por um esconder das coisas que não andam bem. Na verdade nossa competição é pessoal e vem, resumidamente, da forma do como vencemos barreiras para o equilíbrio pela qualificação do dia a dia, e por sentimento diário de poder ter conquistado pelo dever cumprido, isso estendido a profissão e a vida pessoal.

Toda receita de bolo é simples, mas estão no despertar dos interesses os fatores que farão com que os resultados possam surgir contribuindo para que os estímulos sigam pelos caminhos do avançar. Assim no mundo competitivo o que se espera de cada um de nos é que realmente sejamos pessoas interessantes, apoiadas pelas construções de novidades e sustentação de “feedbacks” favoráveis. Para estarmos no grupo dos interessantes devemos atentar no fortalecimento da comunicação e da negociação, pois é nesse esforço pelo expositivo que nos destacaremos para que a capacitação do conhecer das coisas seja transferível, criando vínculos pelo reconhecimento das nossas competências.

Lembremos sempre que o nosso dia útil é sempre recheado por uma maioria de obrigações e que estas demandam de fatos para se fazer o dia, que exigem a revisão dos anteriores, garantindo em possibilidades a construção e solidez do amanhã. Nesse sentido, qualquer que seja sua função e pretensão deve-se atentar que o seu dia, mesmo que sempre possa estar nascendo de boas intenções e desejos, seja incluindo por uma prévia de um bom planejamento, para que sua visão estratégica tenha formas, organização e disciplina, itens facilitadores e quase que indispensáveis às garantias de que seu lado tático esteja próximo do cumprimento do que se pensou em fazer.
“O empreender é poder se realizar bem, quando do evoluir das capacidades e competências pelas decisões”

Contato:
www.sergiodalsasso.com.br
falecom@sergiodalsasso.com.br

O bullying sempre existiu

O bullying é uma patologia social que sempre existiu, mas ganhou notoriedade
na mídia em decorrência de casos como Columbine e Realengo.

O bullying sempre existiu

Por: Tom Coelho


O bullying sempre existiu. Anos atrás as vítimas eram chamadas de CDFs,
nerds ou puxa-sacos. Eram jovens que se sentavam nas primeiras fileiras de
carteiras na sala de aula, prestavam atenção no professor e na matéria
lecionada, inquiriam e respondiam perguntas, faziam o dever de casa e,
consequentemente, tiravam boas notas. O contraponto era a "turma do fundão",
formada por rebeldes e descolados.

Os atos de bullying eram bem conhecidos. Desde o "corredor polonês", onde
vários estudantes se enfileiravam para escorraçar o alvo com alguns
petelecos, tapas e breves pontapés, a chamada "geral", até o famigerado "te
pego lá fora". A opressão era mais física do que psicológica, pois o
constrangido tinha em sua defesa o fato de ser, normalmente, melhor aluno
que seus agressores.

Claro que também tínhamos o assédio ao gordo, ao feio e ao varapau. Mas a
questão é que estas ações eram contidas em si mesmas. As escolas mantinham
"bedéis" para colocar ordem na casa e coibir atos de violência, sem falar
que ir "parar na diretoria" era temido pela maioria dos alunos.

Contudo, se o bullying ocorresse, ao chegar em casa a vítima ainda iria ter
com seus pais. Alguns poderiam dizer: "Não reaja, pois não é de sua
natureza", no melhor estilo "ofereça a outra face". Já outros argumentariam:
"Se apanhar de novo lá fora e não reagir, vai levar outra surra quando
chegar em casa".

Mas isso tudo são histórias de 30 ou mais anos atrás, tempos em que a
educação era partilhada pela igreja, a família e a escola. A igreja católica
se viu alvejada, no Brasil, pelo avanço dos evangélicos e outras religiões,
de modo que passou a se preocupar mais com seu negócio do que com seus
clientes. A família abandonou o modelo patriarcal, migrando para o nuclear.
Agora a mulher trabalha fora, acumulando a chamada dupla-jornada, ou seja,
cuidar de seu emprego e dos afazeres domésticos, sobrando menos tempo para
dar atenção aos filhos. Esta nova rotina profissional levou à desagregação
familiar. Assim, a educação foi entregue à tutela quase exclusiva da escola
que, por sua vez, também se tornou um grande negócio.

Neste quadro, coloque como tempero os conflitos de valores, a influência da
mídia e os novos paradigmas sociais. Agora temos alunos que não respeitam
professores, colegas e até os pais, pois têm grande dificuldade de lidar com
o conceito de hierarquia. O apelo ao consumo transformou pátios em
passarelas, por onde desfilam roupas e celulares. Os péssimos hábitos
alimentares promoveram o crescimento da obesidade contrastando com a
ditadura da beleza. E a cereja do bolo: a comunicação pelas redes sociais
que levam as vítimas à exposição instantânea e em larga escala.

A solução para amenizar o bullying não passa por mais regras, coerção e
punição. Passa pelo resgate dos valores e a conscientização sobre o que é
certo e o que é errado, tarefa esta da igreja, da família, da escola e
também da sociedade.


* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em
15 países. É autor de "Sete Vidas - Lições para construir seu equilíbrio
pessoal e profissional", pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro
livros. Contatos através do e-mail
tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite:
www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.

domingo, 22 de maio de 2011

A USP não pode ser gratuita

Por: Tom Coelho

"O importante da educação não é o conhecimento dos fatos,mas dos valores."
(Dean William Inge)


O assassinato de um estudante nas dependências da Universidade de São Paulo,
além de causar comoção e preocupação, deve também resgatar um debate há
muito negligenciado: as universidades públicas não podem continuar
integralmente gratuitas.

USP, Unesp e Unicamp conquistaram em 1989 a chamada autonomia financeira
recebendo repasses do Governo da ordem de 9,57% da receita líquida do ICMS.
Portanto, é dinheiro público, de um Estado formado por mais de 41 milhões de
habitantes (Censo 2010), para beneficiar cerca de 210 mil pessoas, entre
estudantes, funcionários e docentes.

Diante desta informação, toda discussão acerca da abertura dos portões da
USP ao público em geral e sobre a participação da polícia militar em rondas
ostensivas é improcedente. A população tem direito de acesso a um espaço
comum. A polícia deve prover segurança à Cidade Universitária como deve
fazê-lo em qualquer outra localidade.

Os defensores da universidade pública integralmente gratuita alegam, com
razão, que a educação é um direito do cidadão e um dever do Estado.
Argumentam também que muitos ingressantes cursaram o ensino médio em escolas
privadas com a finalidade de, melhor preparados, obterem sucesso no concurso
vestibular. Ouvi estas e outras teses em minha passagem pela USP, nos anos
1990, arduamente defendidas pelos pseudoesquerdistas do Diretório Central de
Estudantes (DCE) e de diversos Centros Acadêmicos.

O fato é que muitos estudantes lutam, sim, para ingressar em uma destas
universidades não apenas por sua qualidade de ensino e reputação, mas também
porque não poderiam pagar pelos estudos. Refiro-me a alunos que usam
transporte público, frequentam assiduamente as bibliotecas para fugir da
aquisição de livros, dividem espaço em repúblicas ou conjuntos habitacionais
com vários outros colegas ao longo de quatro ou cinco anos.

Contudo, há um número expressivo de estudantes oriundos das classes A e B,
com renda familiar mais do que suficiente para custear seus estudos e que se
locomovem em veículos próprios, desfilam roupas de grife e lotam os bares
nos arredores da faculdade sem preocupação com o valor da conta.

Tomemos como exemplo os estacionamentos em todas as faculdades da USP. São
mal iluminados, sem monitoramento eletrônico e vigilância policial. Diante
disso, cabe ao poder público investir em postes de iluminação, câmeras e
policiamento, ou cabe aos proprietários de veículos se cotizarem para suprir
estas necessidades? Por que aqueles que pagam despreocupadamente R$ 20,00 ou
mais para estacionar seus veículos com um manobrista julgam absurdo pagar
uma mensalidade para guardarem seus carros com segurança?

O fim da gratuidade não significa necessariamente a cobrança de
mensalidades. Este expediente pode ser aplicado a alguns alunos, mas o fato
é que todos, indistintamente, deveriam legar à sociedade parte do que dela
receberam. Por que os estudantes de Direito do Largo São Francisco não
advogam para a população carente? Por que os engenheiros da Poli não
realizam ações de urbanização de favelas? Por que os profissionais da área
de saúde não reforçam o atendimento nos postos de saúde e prontos-socorros?

É uma questão de vontade política, consciência moral e valores virtuosos. Os
trabalhos de conclusão de curso, estágios e que tais deveriam ser cumpridos
em atendimento à comunidade. Os graduados deveriam destinar um dia por mês
ao longo de um ano, no mínimo, para trabalho assistencial. Mas é mais fácil
fechar os olhos para a favela São Remo, proibir o acesso de "pessoas
diferenciadas" no campus ou até mesmo erguer muros e instalar cancelas,
praticando o segregacionismo.

Basta de hipocrisia!


* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em
15 países. É autor de "Sete Vidas - Lições para construir seu equilíbrio
pessoal e profissional", pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro
livros. Contatos através do e-mail
tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite:
www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.

A Perversão da Monogamia

Por: Floriano Serra


Recentemente o ator Caio Blat concedeu uma entrevista divulgada pela imprensa, durante a qual ele disse uma frase que achei admirável. Com outras palavras, disse o seguinte:
— Sou um pervertido. Sou monogâmico e sou feliz assim. Logo, sou um pervertido.
Essa frase reflete com muita espirituosidade a grande inversão de valores pela qual o comportamento afetivo das pessoas vem passando.

Talvez uma das primeiras conseqüências dessas mudanças tenha sido a desvalorização da virgindade, que, num passado não muito distante, se constituía num dos grandes tabus masculinos. Hoje já nem se fala mais nisso, mas, adaptando-se aquela frase do ator, também se poderia classificar de “pervertida” a adolescente que se mantém virgem nos tempos atuais.

A banalização do sexo também se tornou retrato dessa inversão de valores – basta observarmos certas letras de “músicas” e o conteúdo verbal e visual de alguns programas televisivos e entrevistas — inclusive também divulgadas por determinadas revistas. Ficou comum as pessoas falarem publicamente dos seus hábitos sexuais, nos mais íntimos e picantes detalhes.

Devemos incluir na lista desses “novos valores” o desgaste afetivo e emocional do “eu te amo”, que passou a ser usado generosa e fartamente no lugar de “eu gosto de você” – o que, inclusive, já foi tema de artigo nosso aqui na “Dolce”.
Na destruidora onda desse tsunami amoroso, agora parece também estar caindo por terra a prática da fidelidade, que, diante das constantes e publicamente anunciadas troca de parceiros, parece que tende a brevemente se tornar mais um “mito”. A monogamia, de tão rara, “esquisita” e “anormal” em que se transformou nos novos tempos, é agora um comportamento “patológico”, uma “aberração atitudinal” — e, portanto, uma perversão, como bem disse o Caio Blat, de forma criativa e inspirada.

Para aqueles leitores da minha geração — aquela que já entrou na faixa dos sessenta, tem sido um grande exercício diário testar a capacidade de adaptação aos novos valores afetivos e sexuais. Ou seja, testar a nossa capacidade de “atualizar valores” ou “rever os conceitos”. — expressões que podem ser traduzidas como “esquecer aqueles valores dentro dos quais fomos educados e substituí-los passivamente pelos atuais”.

Para as pessoas que não quiserem adotar essa saída, há a alternativa de assumir um saudosismo melancólico e ficar repetindo: “Ah, que saudade daqueles tempos...” Convenhamos que é bem melhor do que o pessimista “Este mundo está perdido...”
Você decide.


*Floriano Serra é psicólogo, palestrante e autor de vários livros e inúmeros artigos sobre o comportamento humano profissional e afetivo.

O autoconhecimento é um fator fundamental para atingir o sucesso!

Por Sonia Jordão

“Conheça a si mesmo. Saiba exatamente quem você é, conheça suas fraquezas e suas forças”. (Peter Drucker)
O líder precisa ser uma pessoa com um alto grau de inteligência emocional. Por isso, é importante buscar o autoconhecimento, para saber pensar por conta própria e conviver com suas emoções de forma saudável. Se permitir sentir todas as emoções, mas saber lidar com elas. Mesmo que não controle alguma emoção é importante não deixar que as emoções negativas o destruam.

Uma vez que líderes gostam de trabalhar, eles estão mergulhados no trabalho na maior parte de seu tempo. No entanto, de vez em quando precisam tirar um tempo para refletir, pensar no que está acontecendo, tomar certa distância para conseguir enxergar melhor, analisar inclusive como anda seu desempenho como líder.

Na Antigüidade, o filósofo Tales quando perguntado sobre qual a coisa mais difícil do mundo, respondia que era conhecer a si mesmo. Vários pensadores recomendam a seus discípulos a necessidade do autoconhecimento.

O líder deve ter boa percepção de seus impulsos e motivações, bem como do efeito desses comportamentos sobre as pessoas com quem ele convive. Autoconfiança e auto-avaliação realista são posturas indicadoras do autoconhecimento e apresentam forte impacto na situação de trabalho em equipe.

Os líderes precisam conhecer tanto seus pontos fortes para poder usá-los da melhor maneira, quanto seus pontos fracos para buscar colaboradores que possam supri-los. É fundamental buscar entender seus valores e aonde quer chegar, pois isso garantirá que saiba qual direção tomar.

De todo o visto se deduz que dentro do campo de trabalho de um líder, as situações modificam-se o tempo todo. É importante avaliar quanta flexibilidade se tem. Verificar se consegue, por exemplo, enfrentar tanto o crescimento quanto a retração. Os líderes mais eficazes são aqueles capazes de adaptar seus estilos e as suas próprias escalas de valores às exigências de uma situação ou grupo específico.

É óbvio que também será de extrema ajuda a aquisição do conhecimento técnico e profissional, já que a mesma faz parte do desenvolvimento de quem busca crescer. Através desse investimento em si próprio, o líder estará se equipando com um ingrediente essencial: o seu crescimento pessoal.

Não se consegue ter todas as virtudes necessárias à liderança. O ideal é buscar ter o máximo possível dessas virtudes e saber quais características pessoais precisam ser trabalhadas.

Um notório professor de Recursos Humanos, José Agulhô, ao falar de nossa capacidade de liderar me mostrou o seguinte conceito: “(...) temos que aprender a nos conhecer, a gerir nossos atos, aprender a gerir-se primeiro”. Este é um grande desafio do líder em tempos de mudanças: conseguir gerir-se e ajudar seus colaboradores a fazerem o mesmo, e isso só é possível com o autoconhecimento.

Extraído do livro A Arte de Liderar – Vivenciando Mudanças num Mundo Globalizado.

Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora do livro “A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”, e dos livros de bolso “E agora, Venceslau? - Como deixar de ser um líder explosivo” e “E agora, Lívia? – Desafios da liderança”.
Sites: www.soniajordao.com.br, www.tecernegocios.com.br, www.umnovoprofissional.com.br, www.tecerlideranca.com.br, www.editoratecer.com.br.

e-mail: contato@soniajordao.com.br

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Experiência da inovação: sim, você pode!

Por: Alessandra Assad*

Oito meses. Este foi o tempo que a Apple levou para lançar o Ipod, desde a concepção à venda do produto. A pergunta é: você consegue perceber o valor econômico que foi criado para este produto em função da velocidade do seu lançamento?

A competitividade do mercado hoje é tão grande, que mal conseguimos imitar as inovações dos concorrentes, quem dirá criar coisas novas para a nossa própria empresa. Mas sabe por que isso acontece? Porque temos aquela velha mania de querermos fazer tudo sozinho.

A natureza da inovação está mudando. Hoje o que vemos é uma ruptura no modelo tradicional de inovação. Precisamos de um modelo de negócios que seja estratégico, que gere uma mudança cultural e um conjunto de capacitações e que combine ideias e ativos internos e externos em condições equitativas. Tudo isso para gerar aumento significativo de faturamento. Este novo modelo de negócios junta dois tipos de QI: o QI conectivo, que é o do modelo de conexões, com o QI intelectual, que é o do modelo das invenções. Você pode começar respondendo à pergunta: que modelos inteligentes eu tenho na empresa?

Se a resposta for perto de zero, não é motivo para desespero.Larry Huston, que já foi vice-presidente da inovação da Procter & Gamble, defende que a inovação vai muito além de produtos ou serviços de bom desempenho. Para ele, a essência da inovação está na soma do que é necessário (consumidor, cliente e concorrente) com o que é possível (tecnologia). Mas, talvez você pergunte: por onde começar? Você pode começar oferecendo para o seu cliente:
- Soluções – produtos e serviços de apoio
- Ótimas experiências – experiência de compra e de uso, interação total
- Parceria de confiança – proporcionar relacionamento significativo e mutuamente benéfico

Você pode oferecer tudo isso, mesmo que não tenha muitos modelos inteligentes dentro da empresa. Como? Pense no mercado global de talentos, recorrendo a agentes de inovação externos. Isso significa que você pode terceirizar pessoas que pensem na inovação da sua empresa com foco voltado só em pesquisa e desenvolvimento.

Considere que hoje 35% das ideias do mundo se originam em pequenas empresas. Nos Estados Unidos uma empresa de 30 pessoas desenvolveu uma espaçonave tripulada que foi ao espaço duas vezes e voltou. Uma empresa pequena, porém com grandes competências. Isso pode resultar em projetos descontínuos, protótipos de baixo custo e a criação de uma rede de inovação. E as vantagens? Obtenção de idéias maiores, idéias novas, mais acesso a talentos de menor custo, maior gerenciamento do risco, menos investimento e maior rapidez.

Huston defende que já existem soluções prontas para todas as principais necessidades das empresas e dos consumidores. A questão é que muitas vezes quem vê de fora, enxerga mais rápido. Ou você acha que a Apple teria conseguido sozinha lançar o Ipod em apenas oito meses?

*Alessandra Assad é diretora da AssimAssad Desenvolvimento Humano. Formada em Jornalismo, pós-graduada em Comunicação Audiovisual e MBA em Direção Estratégica, é professora universitária e em MBAs, colunista de vários meios de comunicação e palestrante. É autora do livro Atreva-se a Mudar! – Como praticar a melhor gestão de pessoas e processos.
E-mail: alessandra@alessandraassad.com.br Site: www.alessandraassad.com.br

terça-feira, 3 de maio de 2011

A campeã é você mãe!

Por: Dalmir Sant'Anna

A cantora Simone, interpreta uma bela composição de Paulo Debétio e Paulinho Rezende, chamada "Uma Nova Mulher". O sentimento de conquista e o de amor fraternal de uma mulher, não pode ser interpretado como algo isolado, mas um processo que requer reconhecimento por meio da coerência em ser uma verdadeira campeã. Perceba nos itens a seguir, que uma mãe, além dos inúmeros sentimentos, dispõe no íntimo do seu coração algo realmente mágico, chamado amor.

Você é uma vilã ou heroína? - O medo pode ser uma força destrutiva na vida de um ser humano. Mas o que é o medo? A raiz da palavra medo vem do termo em Latim MÉTUS, que significa angústia, ansiedade, covardia, inquietação e temor. É isso que o medo causa na vida de uma mãe, quando ela permite que essa força destrutiva seja maior que o brilho do seu talento. A mulher que permite ser vilã da própria vida usa o medo como uma justificativa. Que tal reverter hoje essa situação? Fortaleça sua autoestima, acredite mais em você, nas suas habilidades e, jamais esqueça, que a mãe pensa com o coração, age pela emoção e vence pelo amor.

Com quem você joga bola? - Durante a apresentação de uma palestra para um auditório com inúmeras participantes do Conselho da Mulher Empreendedora, disse: "Jogue bola com pessoas ruins e você será uma perdedora. Jogue bola com pessoas vitoriosas e você levantará o troféu com elas". Perceba que, se você desejar ser fraca, basta andar com pessoas medíocres, desmotivadas e que somente falam de gente. Em outra perspectiva, se você quer ser uma mulher vitoriosa e uma mãe prestativa, busque continuamente andar com pessoas atuantes, determinadas e empreendedoras. Com quem você está andando?

A letra da música "Uma Nova Mulher" diz em uma das estrofes: "quero ser assim, senhora das minhas vontades e dona de mim". Tudo o que você ama atualmente, um dia era algo desconhecido, estranho ou distante. Você concorda? Seja senhora das suas vontades e não tenha medo de experimentar algo novo. Somente reconhece a sensibilidade do amor, a mãe que olha seu filho no berço e percebe a cada novo dia a descoberta de uma emoção. Seja a cada novo amanhecer, uma pessoa ainda mais valente para sentir que além de heroína, determinada e valente, você mãe, já é uma campeã.

Dalmir Sant’Anna – Palestrante comportamental, Mestrando em Administração de Empresas, Pós-graduado em Gestão de Pessoas, Bacharel em Comunicação Social e Mágico profissional. Autor dos livros "Menos pode ser Mais", "Oportunidades" e do DVD com o tema "Comprometimento como fator de Diferenciação". Visite o site: www.dalmir.com.br

Sendo possível voltar no tempo, o que você faria?

Por: Dalmir Sant'Anna

Depois de muita turbulência e intensa chuva, o comandante consegue com louvor, pousar no aeroporto de Congonhas (SP). Os passageiros estavam preocupados e com sinais de intranquilidade. Observo uma aeromoça andando pelo corredor da aeronave, solicitando aos passageiros que permaneçam sentados. Sem êxito, comenta com outra aeromoça: "Eu ganho uma miséria para fazer isso e ninguém obedece!". Ouço com atenção e faço reflexões, do quanto o ser humano desperdiça oportunidades, pois ao contrário de mostrar fragilidade emocional, essa profissional poderia mostrar segurança, confiabilidade e profissionalismo. Você concorda? Como diz o antigo ditado "não adianta chorar por leite derramado". Há ocasiões que o desejo de voltar é algo inevitável, mas não há como regressar.

O momento de fazer a diferença é agora - Entrevistei recentemente, importantes empresários, artistas e esportistas brasileiros para o meu próximo livro. Todos foram unânimes em afirmar que o medo de tentar, seria substituído pela confiança em vencer. Ampliariam o comprometimento, o entusiasmo e a paixão pelo trabalho que realizam. Para conquistar mais resultado na sua vida, acredite que não há como voltar o ponteiro do relógio e, viver novamente um tempo passado. Coloque em prática, o ingrediente do amor ao seu trabalho e jamais esqueça que o momento de fazer a diferença não é no passado, mas sim no presente.

Você é o principal responsável em transformar erro em acerto - A palavra erro vem do latim errare, que significa vaguear, ou ainda, andar sem direção fixa. Portanto, só pode dizer que existiu um erro, quando há uma prévia direção adotada incorretamente. Há pessoas que não possuem planejamento e visualização de seus sonhos. Com frequência respondem "não sei", ao serem questionadas sobre suas responsabilidades, desejos e metas. Você conhece pessoas assim? Quando há planejamento e objetivos, o monitoramento dos resultados passa a ser frequente, principalmente para a correção de algo equivocado que possa ocorrer. Lembre que você é principal responsável por transformar erro em acerto. Faça uma avaliação de seus resultados e perceba que, inúmeras vezes, você pode evitar o retrabalho, colocando em prática o compromisso de monitorar seu desempenho. Vamos tentar?

Apresentei no início do texto, a conduta da aeromoça no interior da aeronave. Lembra? Certamente seu desejo seria voltar no tempo e corrigir o comentário realizado. Sendo possível voltar no tempo, o que você faria diferente na sua vida? O que impede você de colocar em prática o desejo de uma transformação agora. Qual motivo de deixar para amanhã, a oportunidade de demonstrar profissionalismo, competência e desejo de vencer? Um aluno gostaria de voltar o tempo, e estudar mais para uma avaliação que não conquistou uma nota suficiente para passar de ano. Mas isso não é possível, você concorda? Lembre que o passado serve como recordação e experiência. O amanhã pode ser tarde demais para você viver um grande amor, uma nova descoberta, um novo amanhecer.

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