A Hiperidrose é uma condição clínica caracterizada pela produção excessiva de suor, que acomete especialmente as mãos, planta dos pés ou axilas, e que atinge mais de 176 milhões de pessoas no mundo. Apesar de não ser um problema que compromete gravemente a saúde, a hiperidrose afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes e incomoda ainda mais no verão. “É importante que se saiba que a hiperidrose não é questão somente de vaidade. O suor excessivo pode causar constrangimento, desconforto e afetar a auto-estima do paciente. Por isso é muito importante buscar orientação médica e tratamento adequado”, explica a dermatologista Dra. Ada Trindade de Almeida.
A especialista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Sociedade Internacional de Hiperidrose, esclarece abaixo as principais dúvidas sobre este problema.
1. O que é hiperidrose?
A hiperidrose é uma doença caracterizada pela transpiração excessiva, particularmente nas mãos (hiperidrose palmar), nos pés (hiperidrose plantar) e nas axilas (hiperidrose axilar) sem que haja motivação aparente para que isso ocorra.
2. Por que transpiramos?
A transpiração é o processo pelo qual mantemos o equilíbrio da temperatura do organismo (cerca 36,5ºC) e aumenta em algumas circunstâncias, como a elevação da temperatura ambiente, durante a prática de qualquer atividade física ou em momentos de estresse emocional. Uma pessoa com hiperidrose sua 4 ou 5 vezes mais que o necessário para manter a temperatura do corpo.
3. Quais as causas da hiperidrose?
Entre as causas estão os estímulos emocionais ou uma maior sensibilidade dos centros reguladores de temperatura, porém, sem razão conhecida. Além disso, algumas doenças metabólicas ou lesões neurológicas também podem dar origem ao quadro.
Há também indícios de hereditariedade: de acordo com a Sociedade Internacional de Hiperidrose, quase 65% das pessoas que sofrem de excesso de suor têm um parente próximo com o mesmo problema.
4. A hiperidrose pode acontecer em qualquer idade?
Normalmente, os sintomas costumam surgir na infância e se agravar na puberdade. Em alguns casos, ela pode melhorar com o passar dos anos, mas há pessoas em que o problema persiste por toda a vida.
5. Quais as conseqüências para a saúde?
Elas estão relacionadas ao comprometimento psicológico, prejuízo à qualidade de vida e, em casos mais graves, ao isolamento social. Um simples aperto de mãos pode se transformar em uma situação extremamente desconfortável e estressante.
7. A hiperidrose pode causar mau cheiro?
O suor em si não tem odor, mas seu excesso contribui com o aumento da proliferação de bactérias e estas sim podem causar o mau cheiro.
8. O suor excessivo tem tratamento?
Sim. Existem diversos tratamentos clínicos e cirúrgicos que amenizam ou eliminam os quadros de hiperidrose.
O uso de antitranspirantes é a primeira opção de tratamento considerada. Aplicados sobre a pele, eles bloqueiam ou tampam os dutos das glândulas sudoríparas, reduzindo a quantidade de suor que chega à pele. A iontoforese é outra técnica que, através da corrente elétrica, bloqueia o fluxo de suor para a superfície da pele. No entanto, estes métodos nem sempre funcionam com resultados satisfatórios.
O procedimento cirúrgico também pode ser considerado uma opção de tratamento, porém traz consigo os riscos de uma cirurgia e muitas vezes não resolvem o problema, pois a incidência de hiperidrose compensatória pós-cirugia é bem alta. Isto significa que o paciente deixa de suar em um lugar, mas passa a suar em outra nova área.
Outra opção de tratamento é a aplicação de BOTOX® (toxina botulínica tipo A). Esta é uma alternativa bastante eficaz, segura e satisfatória para os pacientes. O procedimento é simples e pode ser realizado em consultório médico. Portanto, é um procedimento menos invasivo quando comparado com as cirurgias. Segundo estudos científicos, os níveis de satisfação dos pacientes tratados chegam a 90%.
É importante destacar que o tratamento mais adequado para cada caso deve ser discutido e avaliado com um médico especializado de acordo com as necessidades e expectativas do paciente.
9. Como o BOTOX® age para reduzir o suor?
Neste caso, diferentemente do tratamento das rugas, a toxina botulínica tipo A deve ser aplicada bem superficialmente, para atuar nas glândulas sudoríparas. Desta forma, a toxina bloqueia a liberação da acetilcolina nas glândulas, reduzindo a produção de suor.
Na região da axila o tratamento é praticamente indolor, podendo requerer somente um anestésico tópico local. No caso das mãos ou planta dos pés, para aliviar o desconforto, os médicos usam técnicas anestésicas e analgésicas, cremes analgésicos, bloqueios de nervos, gelo ou vibrações, que tornam o procedimento bem tolerável.
10. O tratamento com BOTOX® é definitivo?
Não. A toxina botulínica tem efeito temporário, que no caso da hiperidrose varia de 6 a 9 meses, dependendo da área tratada e do metabolismo de cada paciente. Após este período, a substância pode ser reaplicada de acordo com a necessidade.
A HIPERIDROSE EM NÚMEROS
Quase 65% das pessoas que sofrem de excesso de suor têm um parente próximo com o mesmo problema;
Uma pessoa com hiperidrose sua quatro ou cinco vezes mais do que o necessário para manter a temperatura do corpo;
63% das pessoas com excesso de suor se sentem infelizes ou deprimidas;
51% das pessoas com hiperidrose afirmam trocar de roupa pelo menos 2 vezes ao dia;
20% dizem tomar banho pelo menos duas vezes ao dia;
33% afirmam passar 15 minutos por dia ou mais tratando dos sintomas.
Fonte: Sociedade Internacional de Hiperidrose (www.sweathelp.org)
E saiba também....
Com o objetivo de difundir informações sobre a doença e estimular os pacientes a buscar orientação médica para tratamento desta condição, a Sociedade Internacional de Hiperidrose administra o site www.sweathelp.org.
Apesar do nome em inglês, o site disponibiliza seu conteúdo também em português. A página traz informações gerais sobre a incidência e as conseqüências da doença, suas causas e as técnicas utilizadas para amenizar ou eliminar o excesso de suor.
Enviado por:
Aline Marques
Burson Marsteller
HealthCare
Tel: 11 3094.2297
aline.marques@bm.com
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