"O que o contador deve se preocupar é em oferecer modelos de prosperidade às empresas. Este é seu dever ético."
(Antônio Lopes de Sá)
Embora o fantasma da inflação esteja sempre rondando o cenário econômico, a
estabilidade de nossa moeda conquistada em um já distante 1994, com o
advento do Plano Real, fez-nos esquecer da dramática superinflação, período
no qual a variação nos preços chegou a espantosos 3% ao dia.
Naqueles tempos, não se falava em eficiência, pois os ganhos obtidos no
mercado financeiro, com aplicações no overnight, eram suficientes para pagar
com sobra a folha de salários de qualquer empresa, mascarando uma gestão
perdulária.
Neste contexto, os profissionais de contabilidade tinham atribuições
meramente operacionais tais como processar a escrituração fiscal, cuidar das
obrigações legais e acompanhar a esquizofrenia tributária, sempre
tencionando evitar multas e sanções.
Com a inflação sob controle, as receitas financeiras tiveram que ser
substituídas por aumento de produtividade. E o ingresso de produtos
importados decorrentes da abertura da economia brasileira ao comércio
exterior elevou a competitividade e reduziu as margens de lucro.
Apesar de ainda ser comum encontrarmos uma legião de contabilistas
discípulos de Luca Pacioli, preocupados exclusivamente com questões de
caráter burocrático, a conjunção da estrutura tributária insana de nosso
país, com margens reduzidas e competição crescente, sugerem uma oportunidade
ímpar para um novo profissional de contabilidade, dotado de visão
estratégica.
Este novo contador estuda a legislação não apenas para cumpri-la, mas em
especial para orientar seus clientes sobre as melhores alternativas.
Recomenda a opção pelo lucro real conjugada com a reforma do parque
industrial mediante aquisições de novos equipamentos por leasing, ao mesmo
tempo em que licitamente fragmenta a operação da empresa em duas ou mais
companhias, enquadrando uma no lucro presumido e outra no Simples Nacional,
na qual será abarcada toda a mão de obra.
Acompanha a legislação nos diversos Estados da Federação a fim de aderir a
uma eventual anistia. Realiza consultas fiscais buscando a reclassificação
de alguns produtos, um benefício por substituição tributária ou a uma
redução de alíquota. Em suma, pratica a elisão fiscal.
Adotando tais procedimentos, possibilita à empresa ganhos que muitas vezes
superam a margem líquida obtida no processo produtivo.
Advogados irresponsáveis podem condenar um réu pela mera perda de prazo.
Engenheiros incompetentes podem derrubar um prédio e ceifar dezenas de
vidas. Contadores retrógrados ou inconsequentes podem selar o destino de uma
empresa, comprometendo centenas e milhares e pessoas.
Que tipo de profissional de contabilidade é você? Qual o perfil do contador
de sua empresa? Reflita sobre isso, antes tarde do que... mais tarde.
* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em
15 países. É autor de "Sete Vidas - Lições para construir seu equilíbrio
pessoal e profissional", pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro
livros. Contatos através do e-mail
tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite:
www.tomcoelho.com.br e
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