Por: Sergio Dal Sasso
Empreendedorismo
e Vendas (Entrevista com Sérgio Dal Sasso)
Reportagem:
Carina Locks - Jornal Exclusivo (Tema original: Em busca dos bons vendedores!)
Lojista
precisa qualificar e capacitar equipe para nivelar pelo alto o padrão dos
colaboradores
Ter
bons profissionais na equipe de vendas faz toda a diferença para o
empreendedor. Além de contribuírem para o crescimento do negócio, eles
facilitam a vida do dono da loja. Mas conseguir bons colaboradores não é tarefa
fácil, principalmente em um mercado competitivo, no qual há grande disputa
entre os melhores profissionais. Embora seja comum, no comércio varejista, um
vendedor destacar-se na equipe, especialistas alertam para o perigo de investir
em apenas um talento. O ideal é identificar este funcionário modelo e trabalhar
para tentar nivelar os demais. Assim, evita-se grande dor de cabeça caso o
único vendedor que obtém resultados satisfatórios se afaste da empresa.
Mesmo
frente à incerteza de fidelidade do funcionário, é fundamental investir em
treinamento e deixar claro para o profissional que se destaca, sua importância
para a loja. “O empreendedor tem que ser louco o suficiente para treiná-lo para
que, no futuro, o funcionário seja, talvez até, o seu concorrente”, provoca o
consultor e palestrante em gestão empresarial e empreendedorismo, Sergio Dal
Sasso (São Paulo/SP).
A
ideia também é defendida pelo gestor de equipes de vendas e MBA em Gestão Comercial
pela Fudanção Getúlio Vargas, Valmir Feil (Jundiaí/SP). “Perder um que outro
diamante é inevitável, pior é viver o tempo todo só com pedras de areia, sem
valor e que ninguém quer”, avalia. Ele considera este um bom desafio. “É
preciso dar condições para esse tipo de profissional estar motivado, mas também
é necessário mostrar o quanto ele também tem recursos, estrutura e
reconhecimento nessa empresa, justificando sua permanência nela e trazendo
resultados a longo prazo para ambos”, justifica Feil.
Dal
Sasso e Feil estão entre os 16 autores do livro “A Arte de se tornar um
profissional cobiçado”, lançado em março pela Editora Interagir. Em artigos, o
livro fala sobre vários assuntos, desde atendimento até liderança.
Valor
Mesmo
que o funcionário modelo ignore o seu próprio valor no mercado, mais cedo ou
mais tarde ela tomará conhecimento da sua importância. Caso se sinta
desvalorizado e perceba que suas chances de crescimento são pequenas,
provavelmente irá procurar um emprego no qual possa ser reconhecido. Por isso,
o mais indicado é valorizá-lo, seja dando-lhe oportunidade de opinar sobre as
decisões ou melhorando a remuneração.
Segundo
Feil, o profissional valoriza reconhecimento, ambiente de trabalho e
possibilidade de crescimento antes do salário. “Portanto, o empreendedor
precisa dedicar-se ao exercício da liderança, criando um clima de cooperação
nas equipes, sem perder a competição saudável”, ensina. Gerar formas de
capacitar, escolher pessoas de confiança e competência na mesma proporção, para
que se crie ambientes profissionais, mas de relacionamento aberto e afetivo.
Estes fatores farão com que os melhores colaboradores queiram estar nesta loja
e realizarem seus planos de crescimento. “Todos queremos ser importantes. Na
medida certa, esta demonstração faz diferença se percebida pela equipe”, afirma
Feil.
Retorno
Dal
Sasso destaca a importância do treinamento conjunto, direcionado a toda a
equipe, e de um plano de carreira. Propor novos desafios também é positivo,
principalmente para as novas gerações, que normalmente rejeitam a monotonia.
Para ele, um profissional modelo dá retorno quantitativo e qualitativo ao
negócio. O primeiro refere-se à rentabilidade final, derivada de vendas,
enquanto que o segundo tipo de retorno está ligado à sua participação com
ideias e com a satisfação que ele tem em sentir-se valorizado.
As
empresas devem primar por ter pessoas com um elevado padrão de trabalho,
atendimento e comprometimento, pois, de acordo com Feil, a diferença está na
pessoalidade e nas táticas de cada profissional. “O cliente deve perceber
claramente que há um formato pelo qual a empresa se guia e é seu padrão de
qualidade”, ressalta ele. Para isso, também é necessário realizar qualificação
do atendimento e acompanhamento das atitudes pessoais.
Especialistas
defendem que é bem mais caro não treinar, o que resulta em deixar de vender e
enfraquecer o negócio como um todo. “É preciso mesclar os perfis, mas nivelar o
time por cima, exigindo que também os vendedores busquem seu auto
desenvolvimento, invistam em seu potencial e se tornem mais cobiçados”, ensina
Feil.
Se
o sucesso depende de boas ideias, Feil lembra que também são necessários planos
para realizá-los. “Para isso, fundamentalmente, necessitamos de pessoas:
cobiçadas, diferenciadas e também de alguns carregadores de piano, mas
excelentes carregadores. Precisamos de gente que saiba se auto gerenciar, que
queira mais de si e do mundo.”
Sérgio
Dal Sasso é empresario (www.nodepano.com.br), consultor empresarial, escritor e
palestrante.
Temas:
empreendedorismo, liderança, negócios e vendas, profissões e carreiras.
Portal:
www.sergiodalsasso.com.br
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