domingo, 27 de maio de 2012


Por:  Sergio Dal Sasso

Empreendedorismo e Vendas (Entrevista com Sérgio Dal Sasso)
Reportagem: Carina Locks - Jornal Exclusivo (Tema original: Em busca dos bons vendedores!)

Lojista precisa qualificar e capacitar equipe para nivelar pelo alto o padrão dos colaboradores
Ter bons profissionais na equipe de vendas faz toda a diferença para o empreendedor. Além de contribuírem para o crescimento do negócio, eles facilitam a vida do dono da loja. Mas conseguir bons colaboradores não é tarefa fácil, principalmente em um mercado competitivo, no qual há grande disputa entre os melhores profissionais. Embora seja comum, no comércio varejista, um vendedor destacar-se na equipe, especialistas alertam para o perigo de investir em apenas um talento. O ideal é identificar este funcionário modelo e trabalhar para tentar nivelar os demais. Assim, evita-se grande dor de cabeça caso o único vendedor que obtém resultados satisfatórios se afaste da empresa.

Mesmo frente à incerteza de fidelidade do funcionário, é fundamental investir em treinamento e deixar claro para o profissional que se destaca, sua importância para a loja. “O empreendedor tem que ser louco o suficiente para treiná-lo para que, no futuro, o funcionário seja, talvez até, o seu concorrente”, provoca o consultor e palestrante em gestão empresarial e empreendedorismo, Sergio Dal Sasso (São Paulo/SP).

A ideia também é defendida pelo gestor de equipes de vendas e MBA em Gestão Comercial pela Fudanção Getúlio Vargas, Valmir Feil (Jundiaí/SP). “Perder um que outro diamante é inevitável, pior é viver o tempo todo só com pedras de areia, sem valor e que ninguém quer”, avalia. Ele considera este um bom desafio. “É preciso dar condições para esse tipo de profissional estar motivado, mas também é necessário mostrar o quanto ele também tem recursos, estrutura e reconhecimento nessa empresa, justificando sua permanência nela e trazendo resultados a longo prazo para ambos”, justifica Feil.

Dal Sasso e Feil estão entre os 16 autores do livro “A Arte de se tornar um profissional cobiçado”, lançado em março pela Editora Interagir. Em artigos, o livro fala sobre vários assuntos, desde atendimento até liderança.

Valor

Mesmo que o funcionário modelo ignore o seu próprio valor no mercado, mais cedo ou mais tarde ela tomará conhecimento da sua importância. Caso se sinta desvalorizado e perceba que suas chances de crescimento são pequenas, provavelmente irá procurar um emprego no qual possa ser reconhecido. Por isso, o mais indicado é valorizá-lo, seja dando-lhe oportunidade de opinar sobre as decisões ou melhorando a remuneração.

Segundo Feil, o profissional valoriza reconhecimento, ambiente de trabalho e possibilidade de crescimento antes do salário. “Portanto, o empreendedor precisa dedicar-se ao exercício da liderança, criando um clima de cooperação nas equipes, sem perder a competição saudável”, ensina. Gerar formas de capacitar, escolher pessoas de confiança e competência na mesma proporção, para que se crie ambientes profissionais, mas de relacionamento aberto e afetivo. Estes fatores farão com que os melhores colaboradores queiram estar nesta loja e realizarem seus planos de crescimento. “Todos queremos ser importantes. Na medida certa, esta demonstração faz diferença se percebida pela equipe”, afirma Feil.

Retorno

Dal Sasso destaca a importância do treinamento conjunto, direcionado a toda a equipe, e de um plano de carreira. Propor novos desafios também é positivo, principalmente para as novas gerações, que normalmente rejeitam a monotonia. Para ele, um profissional modelo dá retorno quantitativo e qualitativo ao negócio. O primeiro refere-se à rentabilidade final, derivada de vendas, enquanto que o segundo tipo de retorno está ligado à sua participação com ideias e com a satisfação que ele tem em sentir-se valorizado.

As empresas devem primar por ter pessoas com um elevado padrão de trabalho, atendimento e comprometimento, pois, de acordo com Feil, a diferença está na pessoalidade e nas táticas de cada profissional. “O cliente deve perceber claramente que há um formato pelo qual a empresa se guia e é seu padrão de qualidade”, ressalta ele. Para isso, também é necessário realizar qualificação do atendimento e acompanhamento das atitudes pessoais.

Especialistas defendem que é bem mais caro não treinar, o que resulta em deixar de vender e enfraquecer o negócio como um todo. “É preciso mesclar os perfis, mas nivelar o time por cima, exigindo que também os vendedores busquem seu auto desenvolvimento, invistam em seu potencial e se tornem mais cobiçados”, ensina Feil.

Se o sucesso depende de boas ideias, Feil lembra que também são necessários planos para realizá-los. “Para isso, fundamentalmente, necessitamos de pessoas: cobiçadas, diferenciadas e também de alguns carregadores de piano, mas excelentes carregadores. Precisamos de gente que saiba se auto gerenciar, que queira mais de si e do mundo.”

Sérgio Dal Sasso é empresario (www.nodepano.com.br), consultor empresarial, escritor e palestrante.
Temas: empreendedorismo, liderança, negócios e vendas, profissões e carreiras.

Portal: www.sergiodalsasso.com.br

Nenhum comentário: