O PODER DA LINHAÇA PARA A SAÚDE E NO COMBATE À DEPRESSÃO
Nos últimos anos, a linhaça vem ganhando um espaço cada vez maior graças aos benefícios que ela pode promover para nossa saúde. O óleo de linhaça é a principal fonte de ácido alfa-linolênico, lignana, ácido linoléico e vitamina E, e é extraído de suas sementes por compressão a frio, fato que preserva sua atividade funcional.
O nome botânico da linhaça é Linum usitatissimum da família Linaceae. A semente é chata, ovalada e pontiaguda. A linhaça tradicional é de cor marrom avermelhada, brilhante, com uma textura firme e mastigável. Seu sabor é parecido com o da castanha e é levemente amargo. A planta da linhaça é azul e florida.
A composição de aminoácido encontrada na proteína da linhaça é similar ao da proteína da soja, que é vista como uma das mais nutritivas proteínas vegetais. As proteínas da linhaça são a albumina e a globulina. Elas respondem por cerca de 20 a 42% da proteína da linhaça.
A linhaça é particularmente rica em potássio, fornecendo cerca de 7 vezes mais que a banana. A vitamina E está presente na linhaça primariamente como gama-tocopherol funcionando como um antioxidante biológico.
O ácido alfa-linolênico é uma gordura pertencente à família dos ácidos graxos ômega-3 e há algumas décadas vem sendo extensivamente pesquisado e seus benefícios comprovados. As pesquisas relacionaram a deficiência do ômega-3 a várias patologias, tais como câncer, doenças cardiovasculares, processos inflamatórios e doenças auto-imunes, obesidades, diabetes mellitus, desordens da pele, desconforto mamário, tensão pré-menstrual, depressão, osteoporose e esclerose múltipla. Estudos demonstram que o óleo de linhaça reduz o colesterol total e o mau colesterol, conferindo proteção cardiovascular além de agir como antiinflamatório ao lupus-eritematoso e como antialérgico.
A lignana é o fioestrógeno mais pesquisado recentemente pelos cientistas e oferece proteção contra doenças sensíveis aos hormônios sexuais, como o câncer de mama, endométrio e da próstata (no caso do homem) e problemas do cólon além de ajudar a diminuir os sintomas da menopausa. Estes benefícios estão relacionados ao fato da lignina ser a precursora dos hormônios enterodiol e enterolactona e estes exercerem atividade sobre o nível de estrogênio.
O ácido linoléico ou ômega-6 é utilizado como fonte de energia e matéria prima do tecido nervoso e de substâncias que regulam a pressão arterial, coagulação, freqüência cardíaca, dilatação vascular, resposta imune, quebra de gorduras, tensão pré-menstrual e mastalgia (dor na mama).
Os ácidos graxos essenciais são imprescindíveis para o corpo humano e uma forma simples de introduzi-los em nossa alimentação é através de óleos extraídos a frio em substituição aos óleos quimicamente refinados. Além do óleo de linhaça que apresenta a maior concentração de ômega-3, ainda temos a presença de ômega-6 e ômega-7 nos óleos de gergelim, girassol e macadâmia. Estes óleos apresentam inúmeros benefícios à saúde humana, além de atuarem como coadjuvantes no tratamento de várias patologias.
A LINHAÇA NO COMBATE DA DEPRESSÃO
O psiquiatra francês David-Schereiber escreveu um livro que ficou famoso no mundo todo. Ele é um dos maiores defensores dos métodos naturais no tratamento da depressão. Reconhece que, se para algumas pessoas em crise grave, os antidepressivos químicos são indispensáveis, nem sempre são recomendados para todos os casos.
“Acho que os antidepressivos foram a descoberta mais importante do século 20 na medicina. Mas o que é insano, desequilibrado, é o número de pessoas tomando esses remédios. Especialmente quando sabemos que há métodos naturais de tratamento que são eficazes, eles podem curar os sintomas”, diz o psiquiatra.
Ele lembra que 30% a 50% das pessoas que param de tomar remédios antidepressivos têm uma recaída em um ano. Portanto, a cura não é garantida. Em alguns casos, os métodos naturais podem ser aliados poderosos, principalmente quando a causa é a pressão da vida moderna.
“Você não pode evitar o estresse. É parte da vida. O que você pode evitar é a sua reação ao estresse. Você pode aprender como controlar sua fisiologia, por exemplo, com métodos, alguns dos quais bem antigos. Ioga, por exemplo, existe há 5 mil anos. Você controla sua atenção e respira, controla sua fisiologia”, orienta David Servan-Schereiber.
É sabido há muito tempo que existe uma relação entre saúde e os alimentos que ingerimos. Nos últimos anos isso tem sido comprovado cientificamente. Mas, e no caso da depressão? Será que ela é uma doença que pode ser tratada e prevenida com a ajuda de determinados alimentos?
O especialista em nutrição Silvio Laganá não tem dúvidas. Para ele, o ômega-3 – uma gordura encontrada nas nozes, no agrião, no espinafre – é um remédio natural para a depressão.
“O espinafre é a maior fonte vegetal de ômega-3 em folhas verdes, junto com o agrião”, revela o nutrólogo.
“O ômega-3 faz com que a membrana celular que reveste os neurônios tenha fluidez, ela não deixa endurecer essa membrana. As gorduras saturadas – as gorduras da carne, do leite e dos queijos favorecem o endurecimento dessa membrana. Não é bom, ela vai dificultar a passagem de informação através do neurotransmissor que fica bloqueado, e isso pode favorecer a depressão”, explica o especialista.
A linhaça, um grão pouco conhecido do brasileiro, é uma fonte importante de Ômega-3.
“A linhaça é um dos nutrientes mais antigos e conhecidos como benéficos para a saúde humana. Duas colheres de sopa de linhaça por dia oferecem uma concentração excelente de ômega-3, que vai ajudar o funcionamento intestinal e favorecer não ter depressão”, afirma o especialista.
Fonte: Jornal Universus – O Jornal do Amanhã
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