Por: Sérgio Dal Sasso
Sábio é todo aquele que consegue praticar os ensinamentos que muitos somente procuram teorizar. Tornam-se sábios pelo fato de não se preocuparem com a extensão dos feitos, pois os usam para si próprios procurando criar e intensificar o prazer interior dentro das condições reais existentes, independentemente da onde e quais forem.
Suas obras aparecem pela constância da pratica e através da observação e relato dos que o circundam. O mundo gira com seus conflitos e mudanças, mas o sábio sempre o domina com seu próprio ritmo, com sua própria filosofia e interpretação. Quando todos seguem as tendências, ele cria seu próprio caminho procurando acima de tudo estar de bem com a vida, com o coração acima da razão.
Um dia e na qualidade de observador, me encontrava sobre um penhasco, frente ao oceano atlântico, observando a paciência e tranqüilidade de um pescador oriental.
Horas se passavam, e mesmo sem peixes, nada fazia modificar a fisionomia alegre daquela pessoa, que sozinho continuava sem desanimar com o seu ritual de recolher a linha e realimentar a isca.
Já estávamos no por do sol, e ainda deparava com o paciente e tranqüilo oriental, que permanecia intocável, com sua estampa de prazer e satisfação, fiel ao que lhe fazia bem e aos seus propósitos.
Não resisti, fui ao seu encontro e perguntei: Como ele podia ter tanta paciência? Não seria mais fácil comprar o produto em uma peixaria?
E o sábio respondeu...
- Senhor não se trata de pescaria, não se trata de peixes, tenho neste momento a melhor oportunidade para justificar a minha existência.
- Veja esta pedra! Milhares de anos foram necessários para que o oceano cedesse espaço, para que ela surgisse e assim fossem destinados mais milhares de anos para que o tempo a desgastasse, lapidando-a até a sua formação atual e, simplesmente para que eu pudesse sentar, acomodar e visualizar toda esta vegetação que, também milenar, nos rodeia.
- Olhe para esse oceano (continuou o paciente pescador...) e sinta os milhares de peixes e outros milhares de seres vivos, que com sua fascinante habilidade, por aqui já se encontravam antes que me imaginasse neste santuário de paz e harmonia. Tenho apenas algumas décadas de vida e hoje mesmo sem peixes tive o grato privilégio de ter sido o escolhido, mesmo que por apenas algumas horas, para desfrutar desta maravilha.
Hoje diria que somos a divisão entre direitos e obrigações, e que na verdade para cada situação a ser vencida, dependemos do quanto nos incluímos de coisas que amamos sentir, para justificar o empenho e determinação nas que temos que fazer. Antes de cada peixe a ser fisgado devemos aprender a se encantar com as formas de usá-los e servi-los.
Sérgio Dal Sasso
“Empreendedorismo de A a Z”
www.sergiodalsasso.com.br
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